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Por que não é possível identificar seu subtom (frio/quente) pelas veias ou olheiras

Embora muito difundida, a ideia de que é possível descobrir o subtom da pele observando as cores das veias ou das olheiras é um dos mitos mais comuns na consultoria de imagem e maquiagem. A análise de coloração pessoal trabalha com cor-luz, não com cor-pigmento — e é essa diferença que muda tudo.



O que é subtom e como ele se revela

O subtom da pele é a base de temperatura que influencia como as cores refletem sobre ela — podendo ser frio (com influência azulada) ou quente (com influência amarelada).Ele não é algo que vemos diretamente, mas algo que percebemos através da interação entre luz e pele.

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ADENDO IMPORTANTE!

A temperatura é um dos três elementos que buscados, e por sua vez base de classificação, para se saber a paleta de coloração pessoal. Os dois outros são profundidade e saturação. Para saber mais, clique aqui

Quando realizamos a análise de coloração pessoal, usamos tecidos específicos sob luz neutra e controlada para observar como a pele reage: se ganha viço, equilíbrio e harmonia (indicando correspondência), ou se parece cansada, amarelada ou acinzentada (indicando contraste indesejado).

👉 Esse processo observa reflexo de luz, e não cor depositada, o que o diferencia completamente de métodos empíricos como “teste da veia”.


Cor-luz x Cor-pigmento: o motivo técnico por trás do erro

A teoria da cor distingue dois sistemas:

  • Cor-luz (modelo aditivo / RGB) – é o que ocorre quando a luz incide e reflete nas superfícies. Ao combinar luzes coloridas, formamos tons mais claros (a soma total é branca).

  • Cor-pigmento (modelo subtrativo / CMY ou RYB) – é o que ocorre em tintas, sombras, sangue ou veias. Misturar pigmentos tende a escurecer e neutralizar a cor.

🔹 Quando olhamos para veias ou olheiras, estamos vendo pigmentos sob camadas de pele — ou seja, a cor absorvida e refletida em condições biológicas e de iluminação que não representam a luz real sobre a pele.🔹 O mesmo vale para a maquiagem baseada em “subtom da olheira”: ao tentar corrigir algo observando pigmento (como roxo, verde ou azul), sem considerar a luz e o conjunto facial, o resultado tende a destoar ou “pesar” o rosto.

📘 Como explica a Science of Colour, a percepção de cor muda conforme a fonte luminosa e o meio sobre o qual ela incide — pigmentos absorvem parte da luz, enquanto superfícies vivas (como a pele) refletem de forma variável conforme a temperatura e intensidade luminosa (Science of Colour, Google Sites).


Por que “veia verde” ou “olheira azulada” não definem o subtom

Veias e olheiras são estruturas pigmentadas em profundidades diferentes da pele. A cor que vemos nelas depende de fatores biológicos e ópticos, como:

  • Espessura e transparência da pele,

  • Quantidade de melanina,

  • Oxigenação do sangue,

  • Tipo e intensidade da luz ambiente,

  • Pressão sanguinia.

Ou seja: não existe uma relação direta entre a cor das veias e o subtom real da pele.Um mesmo subtom pode exibir veias azuladas sob uma luz fria e esverdeadas sob uma luz quente.

A pesquisadora Laura D. Smith (2021), em seu estudo sobre percepção de cor na epiderme, explica que a luz refletida pela pele sofre distorções ópticas que alteram a percepção de tonalidade conforme o ambiente — o que torna qualquer avaliação sem controle de luz inconfiável (Smith, Color Science Review, 2021).


O papel da luz na análise de coloração pessoal

Durante a análise de coloração pessoal, o ambiente é preparado com luz neutra (geralmente entre 5500K e 6500K) para que a observação seja técnica e consistente. Os tecidos usados nos testes — chamados drapes — refletem cores de forma precisa, permitindo comparar diretamente como a luz incide e reage sobre a pele.

Essa metodologia se baseia em princípios da colorimetria aplicada e na teoria de Johannes Itten, que estudou as harmonias cromáticas e suas relações com temperatura, saturação e contraste (profundidade) (Itten, The Art of Color).


O erro mais comum: maquiagem baseada no “teste da veia”

É comum ver tutoriais sugerindo tons de base, corretivo ou blush de acordo com a cor das veias ou olheiras. Mas quando o subtom é interpretado a partir de pigmentos, a maquiagem tende a não se integrar à pele — o resultado pode ser acinzentado, artificial ou contrastante demais.

Por exemplo:

  • Uma pessoa de subtom quente pode parecer pálida ou “sem vida” ao usar base de subtom frio.

  • Já uma pessoa de subtom frio pode parecer alaranjada ou amarelada com produtos de subtom quente.

    Erros extrememente comuns, infelizmente.

O que realmente faz diferença é observar como a luz reage na pele com cada cor aplicada, não a cor aparente de uma veia.


Conclusão

O subtom não se revela em veias nem olheiras, mas na relação da pele com a luz. Identificar suas cores ideais exige observação técnica, ambiente controlado e sensibilidade para perceber as nuances do reflexo luminoso na pele.

➡️ Por isso, a análise de coloração pessoal é sempre feita com luz neutra, tecidos específicos e avaliação profissional — e não por dedução de pigmentos. É esse cuidado que transforma o processo em uma descoberta real sobre como a luz revela sua beleza de forma natural e harmônica.


📚 Referências

  • The Art of Color — Johannes Itten

  • Science of Colour (Google Sites) – How Colors Mix: Light vs Pigment

  • Smith, L. D. (2021). Color Perception in Human Skin under Variable Lighting. Color Science Review.

  • Color Analysis. Wikipedia

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